Esta foto aqui é uma relíquia.
Estão nela duas figuras queridas:
meu querido avô Vitório Baraldi
e seu amigo Agostinho Ferreira,
sogro do Walter Hermógenes.
Jogadores de baralho.
Encontravam-se para fazer dupla.
Um jogava com o outro,
às vezes passavam a tarde sorrindo para a vida,
porque entendiam, em seus tempos desacelerados,
que a simplicidade
era a receita da felicidade de ambos:
amigos do mesmo naipe, sábios em suas esperanças.
Em suas mãos calejadas
as cartas dançavam soltas
e eu continuo não entendendo nada de baralho,
mas entendo de avô.
Seus saberes interpretavam as comédias da vida
e no cassino de suas vivências
esses amigos perceberam
que embarcar
no jogo da amizade
era sempre a melhor jogada para viver e ganhar
qualquer batalha com honestidade.
Quem tem um avô como eu,
de riso gostoso e guardião de histórias, não o esquece
jamais.
Amigos dele eram amigos da nossa família também.
Adoro escrever sobre os meus queridos.